Afinal, foi a Copa que derrubou a economia?

Nos últimos quatro anos, o governo se esforçou em convencer os brasileiros que a Copa do Mundo ajudaria a impulsionar a economia, criando empregos, multiplicando os investimentos e atraindo um grande contingente de turistas para o país.

Repley Simples Finanças

Ruth Costas da BBC Brasil 
"O Mundial é uma oportunidade histórica para promovermos desenvolvimento socioeconômico no âmbito local e nacional", disse, por exemplo, Joel Benin, assessor para Grandes Eventos do Ministério dos Esportes, no início do ano. "Ele gerará 3,6 milhões de empregos, movimentará bilhões e deixará um legado importante na área econômica."

A divulgação dos resultados para o PIB confirmou que, como os analistas esperavam, o Brasil entrou em "recessão técnica" no primeiro semestre de 2014 - situação caracterizada por dois trimestres seguidos de crescimento negativo.Passado o evento, porém, consultorias econômicas, como a Tendências e a Capital Economics, fizeram seus cálculos e concluíram que o seu efeito geral sobre o PIB foi nulo ou insignificante. Mas poucas esperavam um impacto negativo.
Segundo dados do IBGE, o PIB do último trimestre recuou -0,6% na comparação com o trimestre anterior e -0,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Também houve uma revisão para baixo do resultado do primeiro trimestre, de um crescimento de 0,2% para uma queda de 0,2%.
Entre os fatores que puxaram o PIB para baixo estão a queda de 5,4% nos investimentos neste trimestre e a redução de 1,5% na produção da indústria. Também houve uma queda de 0,5% nos serviços e 0,7% nos gastos do governo.
Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a culpar a Copa do Mundo – e redução de dias úteis por causa do torneio – pelo baixo desempenho da economia. Mantega também citou o cenário internacional adverso e a seca como motivos para a redução do PIB no 2º trimestre.
Ele, entretanto, negou que o Brasil tenha entrada em recessão.
"Não dá para dizer [que o país esteja em recessão] (...) Não se deve falar em recessão no Brasil pois, para mim, recessão é quando se tem uma parada prolongada, de vários meses. Aqui estamos falando de um, no máximo dois [trimestres]. E recessão é quando se tem desemprego. O emprego continua crescendo e a massa salarial também. Não dá para dizer que a economia está parada. O mercado consumidor não está encolhendo", afirmou Mantega.
Mantega também atribuiu a desaceleração da atividade econômica ao aumento dos juros pelo Banco Central.
Mas a Copa foi a culpada pela queda do PIB no período? Se há consenso de que temos um problema no que diz respeito ao crescimento, o diagnóstico de suas causas está longe de ser uma unanimidade.
Além do Mundial, o governo também culpa o cenário externo desfavorável pela recessão.
Para analistas consultados pela BBC Brasil, as causas do desaquecimento são internas e a Copa até pode ter contribuído um pouco para a queda do PIB no primeiro trimestre ao paralisar alguns setores do comércio e serviços e ajudar a frear a indústria, mas definitivamente não está entre as principais causas da recessão.

'Cereja'

"O Mundial foi apenas a cereja do bolo", diz Alessandra Ribeiro, da Consultoria Tendências. 
"A indústria, por exemplo, já vinha reduzindo suas atividades em função de uma série de fatores ligados a más políticas, queda no consumo, expectativas negativas e problemas de competitividade. Quando começaram os jogos seu ritmo caiu de vez, mas o cenário não seria muito mais favorável sem o Mundial."
O economista Cláudio Considera, responsável pelo Monitor do PIB do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) e Neil Shearing, da consultoria Capital Economics concordam.
"O impacto da Copa na economia como um todo – seja ele positivo ou negativo – deve ter sido pequeno.", diz Shearing. "É preciso lembrar que o torneio só ocorreu no final do segundo trimestre – e em abril e maio a performance da economia também foi fraca."
Para os analistas, há pelo menos três razões por trás do desaquecimento.
A principal delas seria o cenário de incertezas das eleições, que teria inibido ainda mais os investimentos em um momento em que eles já estavam fracos.
"O Brasil não está crescendo porque não está investindo", diz Considera.
"E nesse segundo trimestre houve uma queda ainda maior no nível dos investimentos em função das incertezas provocadas pelas eleições: os empresários tendem a não se arriscar e estão esperando para ver quais rumos a política econômica deve tomar."
Ribeiro, da Tendências, concorda.
"Há um descontentamento entre investidores e empresários sobre a política econômica do atual governo, uma percepção de que ela está desequilibrada", diz ela.
Entre os alvos das reclamações nessa área estariam o uso de artifícios como a represa de preços administrados para controlar a inflação, a suposta falta de controle sobre os gastos do Estado, e o que é visto pelos empresários como um excesso de intervencionismo estatal na economia.
"Na dúvida, os empresários estão esperando para investir. Querem ver que governo sairá das urnas antes de tomar qualquer decisão", opina Ribeiro.

Indústria

Uma segundo causa do desaquecimento seriam problemas experimentados pela indústria, que teriam derrubado sua competitividade.
A economista da Tendências cita, por exemplo, o fato de o custo médio dos salários ter aumentado 12,7% desde 2011, enquanto a produtividade do trabalho na indústria cresceu pouco mais de 2,6%.
"Com o tempo isso ajudou a minar sua capacidade de competir com importados e no exterior. Além disso, a indústria automobilística em especial está sendo prejudicada pela queda das exportações para a Argentina", diz.
Shearing menciona como um terceiro fator para o desaquecimento a queda geral dos níveis de consumo, que sustentaram o crescimento nos últimos anos.
"Esse é um dado recente: o consumo começou a cair, talvez em resposta ao aumento dos juros, após um período de boom no crédito e aumento no endividamento das famílias", afirma.
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W9! inicia pagamento parcial de funcionários e retoma indenização de formandos

Simples Finanças
Por: Diário Pernambuco


A partir desta quarta-feira (22), a empresa de eventos W9! retomará o ressarcimento aos formando que ficaram sem o serviço contratado. Primeiro, serão atendidas cinco classes pré-agendadas. As 33 turmas de formandos de 2014 têm prioridade na hora de receber. Além de compensar os contratos, a W9! iniciou, nesta segunda-feira (20), a entrega do adiantamento de R$ 1 mil em créditos trabalhistas aos funcionários, conforme acordado com a Procuradoria Regional do Trabalho, na última sexta-feira. Entre segunda e terça-feira, 29 funcionários já compareceram à sede da empresa para receber o dinheiro.

A empresa tem 152 contratos efetivos, dos quais 142 estão com entrega de documentação marcada, incluindo as cinco turmas já ressarcidas. Um levantamento inicial indicou um dívida de cerca de R$ 3 milhões. Para os formandos, é importante apresentar integralmente a documentação original e cópia para análise do processo.

A W9! ainda solicita que os representante das turmas dos anos passados que ainda não receberam os vídeos de formatura liguem para 9689.8506.
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Dataprev abre concurso com mais de 4 mil vagas e salários até R$ 6,3 mil

Simples Finanças
Por: Diário Pernambuco

A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) abriu, nesta segunda-feira (20), um novo concurso público que visa preencher 4.016 vagas de cadastro reserva. Do total de chances, 10% são reservadas a candidatos com deficiência e 20% a candidatos negros ou pardos. Os salários vão de R$ 3.129,73 a R$ 6.395,39. 

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Haverá provas objetivas e discursivas no dia 14 de dezembro. Aprovados serão lotados nas 26 capitais estaduais e no Distrito Federal. Quem concluiu o nível médio pode disputar os postos de auxiliar de enfermagem do trabalho e técnico de segurança do trabalho. Graduados concorrerão aos cargos de engenheiro de segurança do trabalho, médico de segurança do trabalho, analista de processamento e analista de tecnologia da informação. 

Este último contém chances para profissionais das áreas de administração, advocacia, análise de informações, arquitetura, comunicação social, contabilidade, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica, finanças, entre outros.

Interessados podem se inscrever até o dia 17 de novembro por meio do site (http://www.quadrix.org.br/concursodataprev2014.aspx) da banca organizadora, o Instituto Quadrix de Tecnologia e Responsabilidade Social. As taxas de participação são de R$ 50 e R$ 80, para os níveis médio e superior, respectivamente. Além das etapas citadas, candidatos de nível superior passarão por avaliação de títulos. A seleção é válida por dois anos, podendo ser prorrogada por igual período.
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Greve dos bancários está perto do fim

Orientação do comando nacional é que a categoria aceite o aumento de 8,5% nos salários

A greve dos bancários pode estar prestes a terminar em todo o país. O Comando Nacional dos Bancários decidiu orientar os trabalhadores a aceitar proposta de reajuste de 8,5% nos salários e de 9% no piso da categoria, feita pelos bancos na sexta-feira. Depois de quatro dias de greve, os bancários arrancaram uma nova proposta de acordo dos bancos.

Em negociação realizada nessa sexta-feira, dia 3, a Fenaban melhorou o índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais. Para o piso, a proposta de reajuste subiu de 8% para 9% (2,49% acima da inflação). 

Os bancos também propuseram 12,2% de reajuste no vale-refeição, o que significa 5,5% de aumento real, elevando o valor dos atuais R$ 23,18 para R$ 26 ao dia. O vale-alimentação passa de R$ 397,36 ao mês para R$ 431,16, mesmo valor da 13ª cesta. VR e VA somados passam a R$ 1.003,16. Todos os valores têm de ser pagos retroativos a 1º de setembro, data base da categoria.
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que participou da nona rodada de negociação com os bancos, em São Paulo, a nova proposta apresentada pela Fenaban traz avanços significativos para os bancários.

“Este reajuste salarial acima da inflação representa o maior ganho real não escalonado dos bancários 
nos últimos 20 anos. Também conseguimos garantir o atendimento de reivindicações importantes, como a valorização do piso e da PLR, além de um reajuste histórico no vale-alimentação. As cláusulas sociais também foram atendidas. Conseguimos, por exemplo, incluir na Convenção Coletiva uma cláusula contra as metas, além de importantes avanços em questões relativas à saúde e condições de trabalho”, explica.

Diante dos avanços conquistados, o Comando Nacional dos Bancários está orientando a aprovação da proposta e o fim da greve nas assembleias que serão realizada em todo o país nesta segunda-feira, dia 6. Em Pernambuco, a assembleia está marcada para 18h, na sede da entidade (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).


Fonte: BancariosPE
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Metrô do Recife vai parar por Tempo Indeterminado

Reunidos em Assembleia Geral na Estação Recife dia 30-09 das 15 às 18 horas, os metroviários de Pernambuco decidiram, por unanimidade, decretar greve por tempo indeterminado a partir da zero hora da próxima terça-feira, dia 07-10-2014

Essa foi a decisão dos metroviários na Assembleia desta terça-feira(30)

movimento não tem qualquer reivindicação de melhoria salarial ou econômica, a greve foi decretada por segurança em defesa da integridade física e da vida dos funcionários e dos passageiros.

A convocação de paralisação da diretoria do Sindmetro/PE foi referendada pelo conjunto dos trabalhadores que representaram os vários setores da categoria na reunião. Durante a assembleia o movimento dos trabalhadores pela segurança recebeu várias manifestações de apoio de usuários do sistema, recebendo inclusive versos de um poeta cordelista que apresentou seus versos sob o mote“Metrô Sem Segurança é Metrô sem Cidadania“.
Além dos(as) mais de cem metroviários e metroviárias que compareceram, a assembleia contou com a presença do companheiro Expedito Solaney, representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representando também os companheiros Bancários que iniciaram Greve no dia de hoje. Foi registrada também a presença da imprensa em suas várias modalidades que acompanhou todo o desenrolar da assembleia.
No encontro o Diretor Jurídico do Sindmetro/PE, Aldenor Carvalho, explanou a base jurídica do direito de recusa e as características de uma operação padrão, o que foi reiterado pelo Diretor de Saúde dos Trabalhadores, Carlos Mota. A categoria vai realizar nova assembléia no dia 06-10-2014, às 18 horas na estação Recife, para definir os rumos do movimento à luz da reação dos governos e da CBTU.
Durante os próximos dias O Sindmetro/PE vai continuar visitando as bases para organização do movimento, para orientação e apoio aos funcionários quanto à operação padrão e ao direito de recusa.
Até lá os companheiros e companheiras de luta seguem mobilizados, e a direção sindical empreendendo esforços para que a empresa e os governos se posicionem diante do caos da falta de segurança no Metrô do Recife.
Sindmetro-PE
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Greve dos bancários cresce em Pernambuco, com quase 70% de adesão

“Também aproveitamos para explicar para a população os motivos da nossa greve e mostrar que temos uma série de reivindicações que interessa aos clientes, como a contratação de mais bancários para melhorar o atendimento, a redução dos juros e tarifas e a ampliação do crédito, conta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.


A greve nacional dos bancários ganhou ainda mais força em Pernambuco nesta quarta-feira, 1º de outubro, segundo dia de paralisação. O total de agência no estado que aderiram ao movimento subiu para 423, número que representa 69% das 610 unidades. Com isso, a greve cresceu cerca de 16% em relação ao primeiro dia (leia aqui).Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a greve deste ano está muito forte. “A paralisação começou em Pernambuco com mais adesões que no ano passado. O levantamento nacional mostra o mesmo cenário em todo o país. E ainda temos espaço para crescer muito mais. No ano passado, por exemplo, o auge da nossa greve parou 80% das agências do estado. Neste ritmo, vamos superar os números de 2013”, avalia Jaqueline.

Ela destaca que, por enquanto, a federação dos bancos (Fenaban) segue em silêncio, sem nenhum contato com os sindicatos para retomar as negociações. “Estamos abertos para o diálogo com os bancos. Enquanto isso não acontece, vamos fortalecer a greve a cada dia para pressionar a Fenaban e mostrar para os bancos que os bancários são de luta. Não vamos encerrar essa campanha sem que nossas reivindicações sejam atendidas”, afirma Jaqueline.

>> Veja as fotos do 2º dia de greve

Mobilização – O Sindicato inovou sua estratégia na greve desde ano. Todos os dias, a entidade escolhe um corredor bancário para realizar atividades de mobilização e protestos. Nesta quarta-feira, o ato foi promovido, pela manhã, nos bancos da avenida Guararapes, região central do Recife. Durante as atividades, os dirigentes do Sindicato se revesaram no microfone para convocar para a luta os bancários que ainda não haviam aderido à greve. 

“Também aproveitamos para explicar para a população os motivos da nossa greve e mostrar que temos uma série de reivindicações que interessa aos clientes, como a contratação de mais bancários para melhorar o atendimento, a redução dos juros e tarifas e a ampliação do crédito. Graças à esse diálogo, e também com todos os problemas que os bancos criam para os brasileiros, ganhamos muitos apoios da população”, conta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Os protestos diários dos bancários prosseguem nesta quinta-feira, dia 2, com um ato em frente à sede do Banco Central no Recife, na Rua da Aurora, entre 10h e 12h. O objetivo da manifestação, que será realizada pelos bancários em todas as cidades do país com representação do BC, é repudiar as propostas de independência do Banco Central e defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos. Os dois temas estão no centro do debate eleitoral e a categoria tem posição histórica definida em seus fóruns nacionais.

Também nesta quinta-feira, às 18h, o Sindicato realiza nova assembleia com os bancários para avaliar os primeiros dias de greve e organizar a mobilização para os dias seguintes. 

>> Bancários protestam contra independência do Banco Central nesta quinta 

Greve forte – Neste segundo dia de greve, os bancários dos bancos públicos pararam quase que a totalidade das agências de Pernambuco. Ao todo, 293 das 304 unidades do estado aderiram ao movimento, número que representa 96% de paralisação, ou 16% a mais que no primeiro dia. Já nos bancos privados, a greve cresceu 12% nesta quarta-feira, paralisando 130 das 306 agências pernambucanas (42% de adesão). Além das agências, a greve também atingiu os centros administrativos dos bancos. 

Em todo país, subiu para 7.673 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados nesta quarta-feira. Foi um crescimento de 16,75% (1.101 agências a mais) em relação ao primeiro dia de greve, quando 6.572 unidades foram fechadas.

>> No 2º dia, bancários fecham 7.673 agências em todo o país e greve se fortalece 

Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários também têm reivindicações que visam proteger o emprego, acabar com a terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde, como o combate às metas abusivas e ao assédio moral.

Depois de oito rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7,35% de reajuste (0,94% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios, além de 8% (1,55% acima de inflação) de aumento no piso. A proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre emprego, saúde, condições de trabalho e outras importantes demandas dos bancários.

Fonte: Seec PE
Criado por: Fábio Jammal 
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Gasolina vai subir ainda neste ano, diz ministro da Fazenda

Superávit foi sacrificado em prol de investimento, saúde e educação, disse.
Guido Mantega falou ao G1 sobre inflação, PIB, dólar e juros.

Do G1
A gasolina vai ficar mais cara ainda este ano, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista ao G1, Mantega, que também é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, disse também que o governo decidiu "sacrificar" o chamado "superávit primário" – que é a economia feita para pagar juros da dívida pública – em prol de gastos com investimentos, saúde e educação.
"Quem resolve o preço da gasolina é a Petrobras. Temos uma certa regularidade. Nos últimos anos, sempre teve aumento. Um ou dois. É um setor privilegiado. A maioria dos segmentos teve reajuste de preços uma vez por ano, e não duas vezes por ano. Ano passado [a gasolina] teve dois aumentos. Então, esse ano não será diferente. Vai ter aumento. Ano passado teve aumento em novembro. Quando houver a decisão, haverá um aumento. Não cabe a mim decidir isso", disse Mantega ao G1.
No ano passado, houve dois reajustes nos preços da gasolina. O primeiro aconteceu em janeiro, quando a Petrobras reajustou o diesel em 5,4% e a gasolina, em 6,6%. O último reajuste aconteceu no fim de novembro de 2013 – momento no qual a Petrobras anunciou que os preços da gasolina e do diesel foram reajustados nas refinarias, sendo que a alta foi de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel.
Meta fiscal
Na mesma semana em que o Banco Central informou que o superávit primário ficou em apenas R$ 10,2 bilhões nos primeiros oito meses do ano – o pior resultado da história –, Mantega afirmou que o governo decidiu sacrificar o esforço fiscal deste ano em "prol dos investimentos, da saúde e da educação".
"Não tem desperdício. O que temos é um gasto importante para a população. Temos investimento, infraestrutura, e a área social, a educação e o Pronatec. A educação está melhorando, a população jovem está saindo com mais educação para o mercado de trabalho, vai ter salários melhores", declarou.
O ministro não garantiu, também, que a meta de superávit primário do setor público neste ano, de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB, será atingida. No mercado financeiro, a descrença é geral na obtenção do objetivo fiscal de 2014.
"Estamos fazendo um esforço. É difícil. Mais difícil do que no ano passado. Porém, temos de esperar para ver. Estamos fazendo o esforço máximo, mas sem abrir mão de investimentos. O investimento do governo vai atingir o seu maior patamar em 2014. A gente vai trabalhar para fazer o melhor primário possível", afirmou ele.
Dólar pressionado
Sobre o dólar, que registrou em setembro a maior alta em três anos, fechando o mês passado em R$ 2,44, Mantega declarou que a pressão acontece por conta da retirada dos estímulos na economia norte-americana e disse que não há teto para a cotação do dólar, pois o câmbio, segundo ele, é flutuante. "Não trabalhamos com teto nem com piso", disse.
De acordo com o ministro, haverá uma elevação do juro básico americano em 2015, e os mercados já estão antecipando essa alta. "Isso está sendo anunciado e o mercado já se movimenta, antecipa essa situação. O dólar se valorizou em relação a todas as moedas do mundo. É normal. No Brasil, como temos um mercado futuro mais líquido, aqui o dólar se movimenta mais do que outros mercados. No mercado de derivativos, é fácil fazer uma aposta na valorização do dólar. Em outros países, não é possível, tem de trabalhar no spot [mercado a vista]", declarou ele.
O ministro da Fazenda afastou a possibilidade de o governo retirar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado de derivativos, instituído em 2011, e declarou que também não pensa em reduzir o tributo para empréstimos buscados no exterior com prazo inferior a seis meses – duas medidas que, teoricamente, poderiam tirar um pouco a pressão de alta do dólar. "Não há previsão de tirar esse IOF [empréstimos externos] também em função da arrecadação. Ia ter uma perda de arrecadação que, neste momento, não é possível. Mas, no futuro, isso será possível", acrescentou.
Taxa de juros e inflação
Sobre a definição da taxa básica de juros para conter as pressões inflacionárias, tarefa que cabe ao Banco Central, o ministro da Fazenda se disse a favor do "gradualismo", ou seja, sem choques, que são altas fortes da taxa básica da economia.
"Defendo o gradualismo porque eu vi algumas propostas preocupantes de levar a inflação para o centro da meta rapidamente. Como faz isso? Chutando o juro lá para cima como era no passado. Voltando juro real [após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses] de 15% ao ano. Isso significa [juro] nominal de 25%, 20% ao ano. Acho que isso seria muito ruim para a economia. Sou a favor do gradualismo, mas elevamos juros quando foi necessário", disse ele, acrescentando que, em sua visão, o juro básico já subiu. "Agora não precisa subir porque já está alto", opinou.
Mantega disse ainda que a inflação ficou "sob controle" nos últimos anos, embora tenha oscilado ao redor de 6% – distante, portanto, da meta central de 4,5% estipulada pelo governo federal.
"A seca pressionou [a inflação]. Estamos com seca há dois ou três anos. Não deveremos ter no próximo ano. Não é possível que se repita esse fenômeno", disse. Segundo ele, as chamadas "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, alimentos e petróleo) estão caindo e isso deve ter impacto nos preços no futuro.
"A regra é que tem de buscar o centro da meta [de 4,5%], desde que não tenha choque de oferta, como aconteceu no mercado internacional, que eleva os preços. Tivemos uma pressão da seca que levou a um aumento do preço da energia elétrica de 0,4 ponto percentual a mais no IPCA. Nos Estados Unidos, eles tiram energia e alimentos para calcular a inflação. Se tirarmos energia e alimentos aqui, a inflação iria estar no centro da meta [de 4,5%]", disse Mantega.
Crescimento do PIB
Guido Mantega disse ainda que indicadores mostram que a economia está crescendo mais a partir de julho, e que a previsão do último relatório de receitas e despesas do orçamento, de uma alta de 0,9% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, é possível. O mercado financeiro, porém, prevê um crescimento de apenas 0,29% para este ano.
"Temos indicadores de que a economia a partir de julho está crescendo mais. Em julho, produção industrial cresceu, investimento cresceu. Agosto não saiu ainda. Eu acho que a produção industrial cresceu em agosto também. Temos dados que vão nos dizendo que a economia está em uma fase de crescimento. O crédito está voltando agora bem gradualmente. Também vai melhorar", disse ele.
O ministro disse que é "difícil" fazer previsão em um cenário com muita volatilidade, como atualmente. Segundo ele, a seca impactou o crescimento mais fortemente no primeiro semestre. "Estamos em recuperação e o segundo semestre será melhor. Previsão é de 0,9%. Pode mudar até o fim do ano. Esse último trimestre certamente a economia vai crescer mais. Dá para chegar no 0,9%", concluiu.
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Refinaria Abreu e Lima - Ex-diretor da Petrobras diz ter recebido US$ 23 milhões da Odebrecht

Folha de São Paulo divulga informações sobre esquema milionário na Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco


O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou a Odebrecht como a empreiteira responsável pelo pagamento de US$ 23 milhões,o equivalente a R$ 57 milhões, que ele recebeu na Suíça entre 2010 e 2011, segundo quatro pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato ouvidas pela Folha. 

De acordo com a reportagem, em consócio com OAS, a Odebrecht ganhou o terceiro maior contrato das obras da Refinaria Abreu e Lima, de 1,48 bilhão.
Veja matéria com detalhes, acesse: Folha de São Paulo


Em outra reportagem o ministro da Fazendo Guido Mantega afirma que a gasolina ainda vai aumentar esse ano. confira em: Aumento da gasolina ainda em 2014

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