A Política e o Medo

A campanha do PT contra a candidatura de Marina Silva (PSB) já passou do limite de apenas “desconstrução de imagem” a baixaria.


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MEDO

“Medo. Substantivo masculino. Do latim, ‘metu’. 1 Perturbação resultante da ideia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa; pavor, susto, terror. 2 Apreensão. 3 Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável.” Desde a eleição que elegeu Fernando Collor presidente do Brasil, o medo está presente em todas as campanhas, principalmente nas presidenciais. Por que seria diferente em 2014? Todos lembram o que Collor fez contra o presidente Lula para se eleger presidente (menos eu. Não era nascido). O ex-presidente Lula sofreu com o discurso do medo. O PT esbravejava contra esse tipo de política. Até que em 2002, “a esperança venceu o medo”. Não teve Regina Duarte certa que fizesse Lula perder aquela eleição. É verdade que precisou de uma “carta aos brasileiros”, mas não importa. O baixo nível dos tucanos não foi suficiente para fazer com que Serra vencesse a disputa. Pensávamos que as próximas eleições não teriam mais esse tipo de discurso. Que as próximas eleições seria feitas com propostas e nada mais que propostas. Mera ilusão. Para não perder a “mamata”, o ser humano é capaz de tudo.

MEDO 2


A campanha do PT contra a candidatura de Marina Silva (PSB) já passou do limite de apenas “desconstrução de imagem”. A baixaria, com produção hollywoodiana, ultrapassou a barreira do aceitável. Acusar alguma pessoa de ser sustentada por banqueiros seria normal se fosse feito por um eleitor descrente com os políticos. Mas quando vem da presidente, aquela que nos representa, chega a ser ridículo e vergonhoso.

MEDO 3

O ex-presidente Lula deu total independência para Henrique Meirelles presidir o Banco Central. Qualquer sinal de interferência do então presidente, Meirelles ameaçava deixar o cargo. E assim funcionou muito bem. O mercado gostou e a economia brasileira teve seu melhor momento. Entretanto, quando outra candidata tem a mesma ideia isso não é bom. Ela é do mal. Quer tirar “comida dos pratos dos mais pobres”. É o diabo em pessoa. Medo.


ENGRAÇADO

Sobre o “medo 2”, a banqueira que ajuda na campanha de Marina já trabalhou para o PT. Neca Setubal também ajudou na campanha que elegeu Fernando Haddad prefeito de São Paulo. Mas, claro, em 2012, ela era boa. Agora, ela se converteu ao lado negro da força.

ENGRAÇADO 2

O PT leu e releu o programa de governo do PSB várias vezes para encontrar as incoerências do programa. Engraçado. Ler e reler os vários contratos suspeitos da Petrobras, que é bom, nada.

FOI BOM ENQUANTO DUROU

Ao PSDB, resta o mesmo destino do DEM: acabar. Não oficialmente, mas alguém se lembra de algum candidato competitivo do DEM? Aécio Neves, candidato tucano ao Planalto, definha. Está em humilhantes 15%. Nesse patamar, não conseguirá ser útil para nenhum candidato no segundo turno. Em alguns estados, ele tem desempenho igual aos dos nanicos. Em Pernambuco, por exemplo, tem míseros 2%.

Apesar da...

...alta rejeição que tinha, José Serra, candidato tucano ao Planalto em 2010, venceu em oito estados brasileiros. Entre eles, São Paulo e Rio Grande do Sul. Aécio, pelo que mostra as pesquisas, não conseguirá vencer nem em seu estado natal, Minas Gerais.

Apesar de...

...artificial, as trocas de farpas entre os três principais presidenciáveis movimenta a campanha desse ano. Um acusa o outro disso ou aquilo.  Até o Twitter virou um octógono para os candidatos. Marina Silva, com todas as suas incoerências, se transformou em principal alvo.

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Aécio Neves anda dizendo que, se o ele não vencer a eleição, seu partido, PSDB, será oposição, mesmo se a vencedora for Marina. Como perguntar não ofende, eu pergunto: Caso Marina vença, o PSDB fará oposição ao lado do PT, seu maior inimigo?

SERVE PRA QUÊ?

Os candidatos nanicos como Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB) fazem a gente se divertir nos debates. Não são levados a sério e nem se levam a sério, acredito eu. Pastor Everaldo (PSC), não chega a tanto, mas vai seguindo o mesmo caminho. Contudo, tem candidata nanica que se acha especial, que é mais que todos os outros. A dona da verdade. De quem eu estou falando? Claro que é da insuportável Luciana Genro (PSOL). Nem seus correligionários a levam a sério, vide o senador Randolfe Rodrigues e Heloísa Helena. Tinha mais apreço pelo último candidato à presidência pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio. Pelo menos ele era engraçado.