INDEPENDÊNCIA OU COVARDIA?

Coluna Política da semana
Por Bruno Felipe


“Existem ‘n’ candidatos ao governo do Estado. Não me vejo representado por nenhum deles, mas, sabendo da influência que eu tenho nas pessoas que sempre acreditaram em mim, eu irei votar no Candidato A, pois, apesar de todas as discordâncias, é o melhor (ou “menos ruim”) entre os demais candidatos. Informo, ainda, que mesmo que o Candidato A vença, estarei seguro em fazer oposição ao seu governo”. Nas eleições atuais, assim como acontece em muitas outras, existem alguns nomes fortes da política pernambucana que resolveram adotar uma postura “independente”. Aí eu pergunto: o que isso significa? Vamos citar dois casos particulares.

                                                                                 
                                                                                    INDEPENDÊNCIA?

O primeiro é o da vereadora do Recife e candidata a Deputada Estadual Priscila Krause. Sempre bem votada nas eleições municipais, resolveu tentar novamente à Assembleia. Seu partido, o DEM, faz parte da Frente Popular, que tem como candidato ao Governo Paulo Câmara. O DEM entrou na Frente Popular para ganhar uma sobrevida. Se não tivesse nessa coligação, poderia passar as eleições sem eleger um deputado. A vereadora, porém, resolveu adotar o discurso da independência. Não apoia nenhum candidato ao Palácio. Como fica a situação daqueles que sempre a seguiram, votaram nela e nos candidatos que ela apoiava? Para tentar ser coerente, abriu mão do tempo no guia eleitoral de rádio e televisão. Independência?


COVARDIA?

O segundo caso é mais emblemático. É do Deputado Estadual e candidato a Deputado Federal Daniel Coelho (PSDB). Seu caso é bem semelhante ao de Priscila. Seu partido entrou na Frente Popular para tentar eleger mais deputados também. Porém, ele usa o tempo eleitoral dos proporcionais da coligação da qual seu partido faz parte. O caso dele é mais emblemático porque ele carrega consigo quase 250 mil votos dos recifenses que confiavam nele para ser Prefeito. E os que esperavam que ele se posicionasse? O próprio candidato do seu partido à presidência, Aécio Neves, disse, em entrevista, que um político tem que se posicionar, mesmo que vá para oposição depois. Qual é a dificuldade? Por que ele não faz isso? Covardia?


INDEPENDÊNCIA OU COVARDIA? 2

O que custaria aos dois candidatos dizer o texto do início desta coluna/post? Seriam mais coerentes. A impressão que fica é que eles querem “lavar as mãos” para o que de ruim possa a vir a acontecer. Isso não é independência. Isso é covardia. Isso é medo.

EXEMPLOS

Os deputados Terezinha Nunes (Estadual) e Bruno Araújo (Federal), ambos do PSDB, sempre fizeram oposição ao atual governo estadual. Esse ano, apesar do partido não ter candidato próprio, tiveram a coragem de apoiar o candidato que tem apoio do seu partido. Respeitaram seus eleitores. Simples.


FARINHA DO MESMO SACO

Tem pessoas do PSDB de Pernambuco que está apoiando o Senador Armando Monteiro (PTB), candidato ao Governo. Até aí seria algo normal. O que é anormal, entretanto, é que o principal aliado de Armando é o PT, que é inimigo número um do PSDB (e vice-versa). Ou seja, estão juntos no mesmo palanque. Como entender?


CRESCEU

Contrariando as minhas perspectivas, o candidato ao Senado Fernando Bezerra Coelho (PSB) cresceu bem e já encostou no seu adversário João Paulo (PT), segundo as pesquisas. Se assim continuar, a tendência é que ele ultrapasse o petista e seja eleito.


COINCIDÊNCIA?

Coincidência ou não, desde que Lula e Dilma vieram fazer campanha para Armando Monteiro no Estado, o senador só faz cair nas pesquisas. Isso significa que a força do ex-presidente está diminuindo e de Dilma também. A prova disso é que quem lidera a corrida presidencial por aqui é Marina Silva (PSB). Entretanto, o candidato do PTB insiste para que os dois voltem ao Estado. Eles voltarão. Resultado?


OBRIGADO
Bruno Felipe