Agência Brasil
As pequenas e médias empresas da área de exploração de
petróleo e gás querem menos burocracia na liberação de financiamentos para o
setor. Ao participar ontem (17) da abertura da feira Rio Oil & Gas, no
Riocentro, o presidente da Rede Petro do Rio de Janeiro, Pedro Pino Véliz, disse
à Agência Brasil que o grau de eficiência dos financiadores do
setor, entre os quais a Caixa, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), escapa da maioria
dos pequenos e médios fornecedores.
Segundo ele, para que o crédito disponibilizado
chegue de forma eficaz às companhias é preciso que haja uma flexibilização das
exigências para a captação de recursos. “Essa é uma grande dificuldade das
empresas”. De acordo com Véliz, essa flexibilização pode ser feita por meio da
simplificação do processo, que qualificou de “extremamente burocrático e
demorado”. Outro fator essencial para o incremento da cadeia brasileira de
fornecedores de petróleo e gás, na avaliação dele, é a criação de canais de
compras diretos com a Petrobras, sem necessidade de subcontratação de
intermediários pela estatal.
Frutos de convênio entre a Petrobras e o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as redes estaduais de
cooperação empresarial (Rede Petro) visam a ampliar a competitividade das
empresas fornecedoras de bens e serviços da cadeia produtiva de petróleo e gás
natural.
Apesar das dificuldades das pequenas e médias
empresas de acesso ao crédito, apontadas pelo presidente da Rede Petro, a
Superintendência de Petróleo, Gás e Indústria Naval da Caixa Econômica Federal
espera superar, até o fim deste ano, os R$ 11 bilhões concedidos, em 2011, em
financiamento às empresas do setor. A estimativa é da superintendente da Caixa,
Eugenia Melo, em entrevista à Agência Brasil. “A expectativa é
dobrar esse valor. A gente quer chegar próximo a R$ 20 bilhões de financiamento
para o setor de petróleo, gás e indústria naval, incluindo toda a cadeia
produtiva”, disse.
Para isto, segundo ela, cinquenta gerentes foram
disponibilizados a fim de atender às empresas durante o evento, que se estenderá
até o próximo dia 20. “Desde a abertura, às 11 horas, não conseguimos parar um
minuto”, declarou.
A Caixa lidera os financiadores do Programa
Progredir, da Petrobras, criado com o objetivo de facilitar a oferta de crédito
para a cadeia de fornecedores da estatal. “Nós estamos com 35% de tudo que foi
feito, via portal Progredir, para fornecedores da Petrobras. Já está chegando aí
a R$ 1,2 bilhão só para fornecedores”.
Para a indústria naval, via Fundo de Marinha
Mercante (FMM), a Caixa já assinou contratos este ano no valor de R$ 1,7 bilhão.
“Estamos com uma carteira robusta em formação”. A meta é liberar mais R$ 9
bilhões até o fim de novembro para o segmento, para a construção de estaleiros e
plataformas, declarou Eugenia Melo. “As perspectivas são boas. O setor está
realmente promissor”, completou.
Ela tem certeza que a exploração de petróleo e gás
da camada pré sal ampliará os financiamentos. “Acredito que é um setor em que os
investimentos vão acontecer e vão gerar outros investimentos na cadeia
produtiva. Ou seja, vão potencializar os números que estamos falando agora”.