Se economia não melhorar, Selic deve cair para 7,25% em outubro, diz LCA

Consultoria revê cenário de estabilidade da Selic e aponta que quadro de instabilidade externa deve continuar pressionando


InfoMoney

Com a economia internacional emperrando um desenvolvimento mais robusto do Brasil, a LCA Consutores estima que o Copom (Comitê de Política Monetária) pode seguir a linha de cortes na taxa básica de juro, indo contra a visão anterior de que a Selic não iria sofrer novas alterações para baixo do atual patamar de 7,5% ao ano.

Segundo os consultores, o quadro de instabilidade externa e de reativação irregular da atividade doméstica podem levar o Copom a estender para o quarto trimestre, ainda que na "máxima parcimônia", o ciclo de juro baixo, desacelerando o ritmo de corte para 0,25 ponto percentual por reunião do Copom - lembrando que a próxima será entre os dias 9 e 10 de outubro.

Mesmo que se as autoridades internacionais venham a surpreender positivamente, eventuais medidas adicionais de estímulo monetário provavelmente não terão força para impulsionar a economia mundial no curto prazo, já que a insegurança com os desdobramentos da crise da dívida da Zona do Euro, com o esfriamento da economia chinesa e com o "fiscal cliff" (abismo fiscal) norte-americano deverão continuar a pesar sobre a confiança global, reforçam os consultores.

PIB revisado para baixo
As expectativas para o Brasil, com isso, continuam a ser jogadas para baixo, com o crescimento estimado passando de 1,7% para 1,5%, em função ainda do decepcionante consumo das famílias no segundo trimestre. Contudo, eles comentam que é preciso reconhecer, que mesmo rebaixando a projeção para baixo, a perspectiva inclui uma desempenho melhor da economia doméstica já a partir deste terceiro trimestre, para quando eles projetam uma aceleração do ritmo anualizado do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para cima de 4%.

Se essa trajetória, relativamente mais benigna projetada para o desempenho da atividade doméstica vier a se materializar, eles reforçam que suas primárias expectativas de encerramento do ciclo de cortes da Selic continuam mantidas, e o juro básico deve ser moderadamente ajustado para cima do trimestre final do ano que vem.